O que esperar para 1995

Jornal Indústria e Comércio
Segunda, 02 de Janeiro de 1995.
23ª edição da coluna – Página F1

Recentes acontecimentos no mercado interno podem nos dar uma boa idéia do que vem pela frente em 95.
Pelo menos cinco grandes guerras comerciais devem marcar o ano.

Guerra das cevejas.

A tradicional guerra doméstica entre a Brahma e a Antártica vai ganhar um novo componente com a chegada das americanas Budweiser e Lite, através de parcerias com as cervejarias brasileiras.

Temos então, além da acirrada disputa doméstica entre as quatro grandes (Brahma, Antártica, Skol e Kaiser), a disputa entre as marcas estrangeiras (Heineken, Bud e Lite) e finalmente entre estas e as marcas nacionais.

Guerra das colas.

Os primeiros comerciais da Pepsi (do dirigível e o do urso) e a tímida reação da Coca (comercial da fotocopiadora) dão-nos uma amostra grátis do que virá pela frente em 95. Já corre até ameaça de ação judicial pelo uso da imagem do urso no outdoor da Pepsi.

Guerra das quatro rodas.

No dinâmico segmento automotivo a disputa entre as quatro grandes e entre as mais de 30 marcas estrangeiras também deverá ganhar um novo componente.

Vendo suas vendas no segmento de luxo perderem espaço para os modelos importados, as montadoras vão à luta trazendo modelos de suas fábricas no exterior.

Além dos atuais Tipo, Golf, Tauros e Vectra, Fiat, VW, Ford e GM trarão toda a linha Alfa Romeo, o Passat, a Variant, o Córdoba, o Mondeo, o Fiesta e o Astra. Para se ter uma idéia desta disputa, só as montadoras importaram 350.000 unidades.

Guerra do fast-food.

Esta guerra também promete pegar fogo. Além das tradicionais Pizza Hut e McDonald’s com 54 e 127 lojas respectivamente, vão entrar forte no mercado as tradicionais cadeias americanas Domino’s Pizza, Subway e King’s Burger (arqui-rival da McDonald’s nos EUA). Isto sem considerar, ainda, o crescimento de cadeias nacionais como Bob’s e Habib’s, dentre outras.

Guerra das TV’s por assinatura.

A praia quase que exclusiva da TVA e NET vai ganhar novos freqüentadores assim que entrar em operação a banda KU, o qual o assinante receberá as imagens em sua casa, direto do satélite, através de uma antena parabólica do tamanho de uma pizza grande.

Afora estas e outras guerras que vão mexer com o mercado brasileiro, nota-se a consolidação de algumas tendências empresariais.

*** O segmento de franchising no Brasil, que já e o terceiro maior do mundo, movimentando US$ 44 bilhões e empregando perto de 800.000 trabalhadores, deverá continuar crescendo, na casa de 20% ao ano.

*** A febre empresarial pela qualidade está fechando 94 com quase 500 certificados ISSO da série 9000, que coloca o Brasil num confortável e disparado primeiro lugar no Mercosul.
A procura por certificados da série 14000, que trata do meio ambiente, também deverá crescer.

*** O processo de terceirização deverá acabar com os setores próprios de limpeza, vigilância e de restaurantes nas empresas.

*** A gestão empresarial deverá se apoiar no tripé qualidade + produtividade + agressividade comercial. A era do amadorismo e do improviso não tem mais ambiente para prosperar.

E o consumidor vai praticar à vontade o direito soberano de escolha. E será também o juiz supremo que vai decidir quem permanecerá e quem sucumbirá à guerra comercial.

Que vençam os melhores. A regras são iguais para todos.

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